Tem um fantasma nesta casa

Idade recomendada: +4 anos
Autor: Oliver Jeffers
Primeira publicação: 2021
Editora: Salamandra
Páginas: 44
Qual é a história?
“Tem um fantasma nesta casa” é uma obra interativa de Oliver Jeffers, lançada em 2021. A história gira em torno de uma menina curiosa que mora em uma antiga casa e está convencida de que há fantasmas rondando o lugar. A característica mais marcante do livro são as páginas sobrepostas em acetato (na edição original), que revelam ou escondem os fantasminhas conforme o leitor avança na leitura. Dessa forma, a criança participa ativamente da busca pelos supostos habitantes fantasmagóricos.
O tom é leve e divertido, sem chegar a ser verdadeiramente assustador, ressaltando a curiosidade infantil e o senso de aventura.
Autor
Oliver Jeffers é um autor e ilustrador norte-irlandês, nascido em Belfast. Ele é reconhecido mundialmente por suas obras de literatura infantil, que combinam ilustrações singulares e narrativas sensíveis, repletas de humor e temas universais como amizade, criatividade e empatia. Entre seus trabalhos mais famosos, destacam-se “O Incrível Menino Devora Livros” e “Como Encontrar uma Estrela”. Jeffers costuma explorar a imaginação das crianças de maneira lúdica, convidando o leitor a refletir sobre valores fundamentais de forma delicada e envolvente.
Curadoria
Conteúdos Negativos
Violência e Medo
★☆☆☆☆
O livro aborda fantasmas em um contexto cômico e amigável. Embora apareçam em uma mansão antiga, não há cenas de violência ou terror explícito. A protagonista apenas tenta encontrar os fantasmas que ela acredita estarem à espreita.
Em um dos momentos, a menina diz algo como: “Já procurei em todos os cantos, mas não consigo ver nenhum fantasma”. Os “sustos” que ocorrem são mais cômicos do que realmente assustadores.
Linguagem Inadequada
☆☆☆☆☆
Não presente.
Sexo, Romance e Nudez
☆☆☆☆☆
Não presente.
Bebida, Droga e Cigarro
☆☆☆☆☆
Não presente.
Conteúdos Positivos
Pontos de Caráter
★★★★☆
A protagonista demonstra curiosidade, coragem e perseverança ao insistir na procura pelos fantasmas, sem nunca desistir de tentar enxergá-los. O livro estimula as crianças a explorarem o desconhecido com imaginação e coragem.
Em várias passagens, a menina vasculha cômodos escuros com uma lanterninha, sempre otimista e animada para encontrar os “moradores invisíveis” da casa.
Valor Educacional
★★★☆☆
Ainda que não seja um livro didático, a obra promove valores como exploração, imaginação e observação do ambiente. Essas qualidades podem ser consideradas educativas, pois incentivam a criança a perceber detalhes e estimular a curiosidade intelectual.
O fato de a protagonista reexaminar cada sala e corredor em busca de pistas desperta o pensamento investigativo e a atenção aos detalhes.
Mensagens Positivas
★★★★☆
A mensagem principal é a importância de acreditar em suas próprias convicções e manter o espírito investigativo. Além disso, o tom lúdico sugere que é possível encarar situações misteriosas ou desconhecidas de forma leve, com senso de humor.
A cada nova aparição dos fantasmas (visível para o leitor, mas não para a personagem), fica claro que o medo pode ser amenizado quando olhamos a situação por outro ângulo.
Modelos Positivos
★★★☆☆
A própria menina é o grande modelo de papel, exibindo coragem para explorar o desconhecido. No entanto, não há muitos outros personagens que exemplifiquem diferentes valores (a narrativa se concentra quase exclusivamente nela e nos fantasmas).
O livro não traz figuras de autoridade ou familiares, mas a determinação da protagonista por si só já serve de bom exemplo.
Os pais precisam saber
Os pais devem saber que “Tem um fantasma nesta casa” é essencialmente um livro de mistério leve e interativo, que explora o fascínio pelo sobrenatural de forma inocente. A casa antiga e os fantasmas podem sugerir um clima assustador, mas a forma como Oliver Jeffers conduz a narrativa é mais divertida do que de terror.
Não há comportamentos moralmente questionáveis, como mentiras que ficam impunes ou roubos. Se há alguma “trapaça”, está só no fato de a protagonista não enxergar os fantasmas enquanto o leitor os vê, mas isso se dá num tom cômico, e não como algo negativo. Portanto, em termos de conteúdo, o livro é bastante seguro para crianças, não incentivando nenhuma prática violenta ou linguagem inadequada.
Caso alguma criança tenha muito medo de fantasmas ou temas sobrenaturais, vale a pena que os pais expliquem previamente que trata-se de uma obra fictícia, mostrando como as ilustrações são inofensivas e bem-humoradas.
Os pais estão dizendo
Comentários Negativos
Falta de enredo mais complexo: Alguns leitores consideram a história muito simples ou curta, achando que termina rápido demais.
Interatividade limitada em edições digitais: Há quem reclame que, em versões digitais ou sem as páginas em acetato, perde-se parte da experiência visual.
Expectativa de maior aprofundamento: Alguns pais comentam que gostariam de mais mensagens educativas, sentindo que o livro poderia abordar mais valores ou ter um desfecho mais claro.
Comentários Positivos
Aspecto criativo e interativo: Pais e crianças adoram a ideia de “buscar fantasmas” folheando as páginas translúcidas, elogiando a genialidade das ilustrações.
Humor leve: A forma cômica como os fantasmas aparecem diverte a criançada, tornando o medo inexistente ou muito sutil.
Estímulo à curiosidade: Várias avaliações mencionam que o livro instiga a imaginação, incentivando conversas sobre o que há “além do que se vê”.
Estilo artístico marcante: Oliver Jeffers é elogiado por suas ilustrações únicas, que dão personalidade à história.
Idade recomendada
Com base nos conteúdos analisados (ausência de violência forte, linguagem inapropriada ou temas adultos), este livro é indicado para crianças a partir de 4 anos. Crianças nessa faixa etária já podem se divertir com a ideia de caçar fantasmas imaginários, e a história tem estrutura simples o suficiente para ser compreendida. Crianças mais velhas, até uns 7 ou 8 anos, também podem gostar, pois vão apreciar a interatividade e o humor sutil.
Converse com seus filhos sobre
- A imaginação e o medo do desconhecido: Pergunte se eles já tiveram medo de algo que não conseguiam ver. Como eles lidaram com essa sensação?
- A importância de explorar e ser curioso: Discutir como a protagonista não desistiu de achar os fantasmas, comparando com situações da vida real em que precisamos persistir para descobrir algo.
- Como lidar com as próprias crenças: Fale sobre como, às vezes, as pessoas acreditam em coisas que não conseguem provar imediatamente, e se isso é sempre ruim ou se pode ser parte da brincadeira.
- O valor do humor: Pergunte se eles acham engraçado o fato de a menina não enxergar os fantasmas que o leitor vê. Por que isso é divertido?
- Outros medos comuns: Conversem sobre outros medos (como escuro, barulhos, monstros) e sobre como o diálogo e a imaginação podem ajudar a superá-los.
Atividades para explorar
- Caça aos fantasmas em casa: Organize uma pequena brincadeira de esconde-esconde, usando lençóis ou recortes de papel para “fantasmas”.
- Criação de fantoches fantasmagóricos: As crianças podem desenhar fantasmas em cartolina branca, recortar e usar palitinhos para encenar histórias.
- Pintando a casa mal-assombrada: Incentive-as a desenhar ou pintar uma casa antiga (real ou imaginária), incluindo fantasmas de jeitos divertidos.
- Histórias de arrepiar (ou não!): Peça para as crianças inventarem um pequeno conto de susto (mas com final divertido), estimulando a criatividade na escrita ou na narração oral.
- Decoração luminosa: Use lanternas e papéis coloridos para criar efeitos de “sombras de fantasmas” na parede, mostrando como a luz pode mudar a percepção do ambiente.